Páginas

Pesquisar este blog

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Chama Alada - Capítulo 4 - Envolvimentos














4- Envolvimentos.
Clique em "Leia Mais"



“Acordei pensando em dormir. Eu sei, isso é estranho. Mas eu queria poder dormir, realmente. E só acordar quando minha vida tiver algum sentido. Muitas vezes as pessoas se pegam pensando assim, porque eu não posso também? Ai, ai, se eu não fizer nada, nada vai mudar. As coisas não se mudam sozinhas, a vida é minha. Mas o que eu quero mudar?”
Joanna atende correndo a porta, pensando ser Vinícius, pensando melhor sobre o beijo e descobrindo que a ama.
Joanna: _ Mel?!
Mel: _ Eu vim aqui pra gente dar um passeio... na verdade, pra você receber uma repaginação.
Joanna debochando: _ E ficar igual a você?
Mel brava: _ Eu pensei que tivesse ficado claro que eu não quero nada com o Vini.
Joanna: _ Você não. Mas e ele?
Mel: _ Joanna, eu sou colega de trabalho dele.
Joanna: _ O que só mostra você como uma adversária ainda mais difícil, convivendo com ele sempre. _ “Sempre escolhemos pessoas como rivais na vida. É uma maneira de tentarmos evitar que as pessoas nos passem pra trás. Às vezes temos um bom motivo, às vezes não.”.
Mel: _ Se ele quiser alguma coisa,eu não quero! Eu não sou sua rival!
Joanna: _ Claro que não! _ gritando: _ É só a puta com quem ele trabalha! É só a garota perfeita. Descolada, linda, não ama ele desde que eram crianças... _ quase indo ao choro.
Mel, perturbada: _ Joanna, eu não sei o que você espera de mim.
Joanna: _ Você não viu a maneira como ele te vê. Eu queria que ele não tivesse que conviver com pessoas como você, ou que ele só convivesse com você quando estivesse comigo. Mas isso não é possível, não é?
Mel: _ Pessoas como eu. Eu estou tentando te ajudar. Ele não te percebeu até agora. E eu acho que eu posso ajudar que perceba a pessoa que você é. Mas você me vê como uma inimiga. _ lágrimas rolam pelo rosto dela: _ Eu não devia me sentir mal por isso, mas sempre que eu tento ajudar alguém, eu sou mal interpretada. _ e sai. Joanna percebe que atingiu alguma coisa dentro de Mel, se sente culpada, mas gosta.
A mãe de Vini o pergunta quando ele passa por ela indo pra cozinha: _ Você ouviu uma gritaria aqui na porta?
Vini: _ Não. Deve ser algum vendedor de alguma coisa. Vou pro serviço, mãe! _ beija o rosto dela, passa na cozinha, pega uns biscoitos e sai comendo.
Ele chega ao Popcorn quando os garçons terminavam de arrumar as mesas. Mas ele não vê nem Mel, nem Fabrício. Ele vai pra trás do balcão. Fabrício aparece, vindo da adega com uns vinhos.
Vini: _ cadê a Mel?
Fabrício, colocando os vinhos dependurados na parede: _ Ela disse que iria tirar uma folga hoje. Você ainda vai ter a chance de dizer pra ela que os peitos dela são tão apetecíveis que são irresistíveis.
Vini: _ Isso será bem sutil de se dizer.
Fabrício: _ Ei, você não quer que eu dê uma mãozinha, fale com ela? Sondar ela, talvez?
Vini: _ No momento, eu acho que você tem mais o que fazer, atendendo clientes chegando. Mas, eu estou sozinho hoje? _ Fabrício olha e vê os clientes.
Fabrício: _ Ah, gente velha! Isso é um bar ou um asilo? Por que gente velha viria aqui?
Vini: _ Você não me respondeu. E além do mais, se você fizer o trabalho, vai descobrir o que eles querem.
Fabrício: - Você está ficando atrevido. Espera o Tom chegar e ele te diz o que fazer. _ olha os lábios de Vini, morde os seus e vai atender os clientes.
Vini para si: _ Agora eu estou com medo.
Mel chega em casa, a casa está vazia, porque está todo mundo trabalhando. Ela entra com sua chave e se senta no sofá. Seu celular toca. É Tom.
_ Oi, eu acabei de chegar no Popcorn, você não vai vir hoje?
Mel: _ Não.
_ Está tudo bem?
Mel: _ Está, é só estresse.
Tom: _ Está bem, eu vou mandar a Caroline vir pra te substituir.
Tom sai da despensa e fala com Vini: _ Ela não vai, mesmo vir, mas eu vou mandar minha filha substituir ela.
Vini, por impulso: _ Você tem uma filha? _ “Agora eu pareci um tarado, pronto a atacar a menininha do chefe por uma promoção”.
Tom: _ É. Ela não vem muito aqui, não é? Bom, você vai gostar dela.
Vini para Fabrício, passando por ele: _ Como é a filha do Tom? _ Fabrício passa tão rápido que nem nota, indo para a adega.
Vini: _ Estranho. Mas no caso do Fabrício estranho é o normal.
Uma moça, do outro lado do balcão: _ Pára de falar sozinho e me serve uma Coca.
Vini: _ Vitória?! Você por aqui?
Vitória: _ É, eu sei, eu não vinha aqui desde... _ fica constrangida
Vini: _ A briga.
Vitória: _ Eu vim te ver.
Vini: _ Vou pegar a Coca.
Ele entra pra despensa, pois não tem cocas no refrigerador detrás do balcão, então ele vai no da despensa, mas vai até a adega, curioso. Ele ouve Fabrício.
Fabrício: _ ...mas Mel, dá uma chance pro cara. Ele é legal. ... Ele não me quer, ele quer você. ... O quê? A Joanna te disse isso?! Eu sempre soube que ela... Mel, eu não sei o que vai ser dele se não ficar com você ou comigo, ele é... _ “‘Eu não sei o que vai ser dele’?! eu sou o quê?” _ ... É, você está certa. Eu estou sendo superprotetor. Mas antes de mais nada, ele e eu tivemos algo ontem à noite, eu me sinto responsável. ... É, eu sei que eu não devia. Mas eu gosto muito de você e eu gosto muito dele. Eu acho que vocês dois deviam ficar juntos. ... Tá bom, até mais, então. _ desliga. “Ele contou pra ela!”.
Vini tenta se esconder.
Fabrício o vê: _ Quanto tempo você está aí?
Vini: _ Nenhum. Eu fui buscar uma Coca, aí decidi vir ver porque você sumiu. _ Fabrício fica desconfiado que ele ouviu o telefonema, mas guarda para si.
Vini pega a Coca e leva para Vitória: _ Você demorou.
Vini: _ Tava falando com um amigo. _ Fabrício ficou por perto para investigar e ouviu ela dizer que ele demorou. Ele serve uma mesa.
Chega a hora do almoço.
Vini avisa a Tom que já está indo. Fabrício avisa a Tom logo depois, correndo, e vai atrás de Vini:
_ Eu sei que você me ouviu no telefone.
Vini: _ Está tudo bem vocês tentarem ser donos da minha vida.
Fabrício: _ Desculpa! É que você parece precisar de atenção, você parece precisar de ajuda pra tudo!
Vini: _ É, eu sei disso. Você disse... você... realmente você ficaria comigo?
Fabrício: _ Eu não tenho mais nada pra fazer.
Vini: _ Eu ouvi você falando com a Mel. Pareceu que você a ama.
Fabrício ri: _ Você está com ciúmes e imaginando coisas. Fabrício não se apaixona por ninguém que não faça sexo de maneira alienígenamente boa.
Prosseguem andando e conversando.
Vini: _ Alienígenas, hum. Então, o que a Mel te disse sobre mim?
Fabrício: _ Ela está tentando deixar o caminho livre pra Joanna. Eu percebi isso. Ela está se esforçando pra não perceber que você gosta dela. Mas é só você ir demonstrando aos poucos, e ela vai acabar tendo que aceitar isso.
Vini: _ Obrigado. E até onde exatamente você vai comigo? Sua casa é por esse lado?
Fabrício: _ Até aqui. Tchau! _ e sai correndo pro outro lado.
“É bom ter um amigo. Um amigo que percebe o quanto você é capaz de ser machucado, o quanto você é frágil. A maioria das pessoas é muito quebradiça, mas a maioria finge e esse fingimento é mais real do que se fossem mesmo fortes. Elas abrem uma parede de vidro fosco capaz de fazê-las parecerem muito fortes. Mas todo mundo é mais fraco do que parece. Ter um amigo que percebe isso em você é o máximo!”.
Fabrício vai até a casa de Mel.
Ela atende e se assusta: _ O que você veio fazer aqui?
Fabrício: _ Por que essa agressividade?
Mel: _ Foi uma pergunta retórica, a minha, sabe? Eu sei que você pensa erroneamente que eu só posso ficar ou com você, ou com o Vini, mesmo vocês dois não sendo as duas últimas pessoas da face da Terra. E mesmo que fossem... _ pára, se percebe tagarelando e deixa ele falar: _ Fala alguma coisa. Talvez “tchau”.
Fabrício: _ Não é só porque a Joanna te magoou que você tem que entrar nessa linha defensiva.
Mel: _ Você acha que está falando com quem? O que há com você? você não gosta de mim, até quando a gente namorava você dizia isso. Agora você me quer só porque outro rapaz se interessou por mim.
Fabrício: _ Então você decidiu parar de fingir que não percebe os sentimentos do garoto.
Mel: _ Eu não posso fingir o tempo todo. Mas ele não é meu. Ele é da Joanna.
Fabrício: _ Essa sua mania de ficar protegendo as pessoas, querendo ajudar. Alguma vez você já pensou no que quer?
Mel: _ No momento, eu quero ficar sozinha.
Fabrício: _ Pensando na tragédia que aconteceu na sua casa, que você tentou ajudar mas fez as coisas ficarem piores, ou no que você causou...?
Ela o interrompe: _ Não importa pra você.
Fabrício: _ Eu vim pra gente fazer alguma coisa juntos.
Mel ri, esgar: _ Até parece! Você quer fazer alguma coisa comigo... você quer se assegurar de que seus encantos são maiores do que os do Vini. Quem diria que um simples garoto te deixaria tão inseguro quanto à sua superioridade no emprego... o despachado Fabrício... só fachada.
Fabrício: _ Eu estava pensando... em a gente ir visitar a sua irmã.
Repente, ela fica parada, quase uma estátua, mexida.
Joanna atende a porta correndo, supondo pelo tipo de batida, ser a mão de Vini a bater em sua porta. Sua mãe: _ Quê isso, menina?! Assim você acaba caindo!
Vini: _ O que você disse pra Mel?
Joanna: _ O que? Vini...
Vini: _ O que foi? Mel, que tipo Ed relação você acha que ainda pode ter comigo, depois de tantos anos que eu simplesmente te ignoro?
Joanna: _ Vinícius... _ gira sobre seus pés, com os olhos umedecidos: _ Eu tentei, tentei muito te esquecer. Eu disse a mim mesma que isso que eu sentia era irracional, portanto não devia mais ser real. Eu tentei me apaixonar por alguma outra pessoa. Mas é você que eu amo. Olha eu, de novo, te dizendo as coisas de uma maneira melodramática esperando que isso te toque! Eu sou patética, mesmo!
Vini: _ Não. Não é assim. Pára de agir como se eu tivesse tanta importância. Assim você sempre me sufoca. Mesmo que eu gostasse de você, eu não suportaria ser o que eu sou pra você. Ninguém consegue suportar uma coisa dessas.
Joanna: _ Então... _ animada: _ Você acha que... se eu ficar mais contida... eu tenho alguma chance?
Vini: _ A verdade é que eu não sei, Jo. Essa é a fase mais confusa da minha vida. Eu estou me chocando comigo mesmo. Eu estou descobrindo o que resulta me colocar frente a outras situações. E até agora isso não me levou a nada.
Joanna: _ Eu disse pra Mel tudo que eu penso dela, e meus pensamentos não são da sua conta.
Vini: _ Eu vou pra casa!
Joanna o segura com a voz: _ Você gosta dela?
Vini: _ Se eu gostar, também não é da sua conta. _ sai
Joanna fecha a porta e reflete: _ Ele me chamou de Jo!
“Na verdade, a gente quase nunca sabe o quanto somos importantes para as pessoas. Isso porque nunca demonstramos o quão elas são importantes para nós, porque temos medo de nos mostrarmos frágeis e dependentes, como somos. Vivemos a nossa vida num fingimento de seres auto-suficientes. Uma pessoa que consegue mostrar o quanto alguém é importante pra ela é algo assustador nos dias de hoje. Por que nós, seres humanos, temos tanto medo de dar o valor mais alto merecido aos nossos sentimentos em nossas vidas? Talvez por isso o mundo esteja como está, com as pessoas pressionadas a esconderem o que sentem explodindo por aí e outras que escondem esses sentimentos por trás de ódio e sangue. Por que ser frio e sem coração é considerado mais forte que ter sentimentos e demonstrá-los?”

Nenhum comentário:

Postar um comentário