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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A Minimização da Violência & cia.

Não querendo ser púdico de maneira nenhuma, e falando de um assunto que eu acho meio chato e sonolento (tipo “oh meu Deus, por que estou me coagindo a fazer isso?!”). Mas eu acho necessário falar sobre isso. Ou eu não acho e só sou verborrágico. Provavelmente essa é a… melhor eu parar de enrolar, esse texto não precisa ser… vamos lá! Ê!
Pensei nisso vendo a série americana The Vampire Diaries e depois lendo comentários sobre a série. Nada contra TVD, só acho que é uma boa ilustração do que eu vou estar querendo dizer (♫gerúndio, gerúndio♫♪). Há muita violência em TVD, mas não haveria como ser diferente, dada a temática. Mas você nunca vê as conseqüências disso. Sim, você vê todos os personagens da série terem alguma reação, mas você não vê as pessoas que perderam quem os vampiros matam, isso você não vê. E essa é uma forma de minimizar. Mostrar uma parte, mas esconder a outra. Isso me leva aos comentários. As pessoas realmente acreditam que há alguém bom em TVD e não existe. As pessoas acreditam que existe alguém bom por que não vêem todo o estrago, eu até acho que TVD se beneficiaria de mostrar mais, mas não é algo necessário, só acho que seria melhor se as pessoas entendessem melhor. Uma pessoa (um vampiro) boa em TVD seria uma que se entregasse à polícia para pagar pelos seus crimes, assim a família das pessoas mortas pelo menos saberia o que aconteceu e teria sua justiça. Mais ainda as pessoas que nem sabem que o parente morreu. Eu sei que estou pensando demais sobre uma obra de ficção, mas é para isso que elas servem. Reflexão, acima de tudo. (E diversão.) E nem os personagens que nunca machucaram ninguém são bons, eles são coniventes, eles sabem do que os outros fizeram, e se relacionam bem demais com isso, não se afastam, não dizem a eles para se entregarem ou… enfim, acho que me fiz entender.

Outra maneira de minimização de algo errado é o humor. Na novela Avenida Brasil, que acaba de acabar (acaba de acabar kkkk retardado), Carminha e Max traíam os parceiros e isso era considerado hediondo. E mostrado como odioso. Mas Leleco e Muricy traíam os parceiros em tom de comédia. Mas se você despe o tom adotado, acaba sendo a mesma atitude. Por que pessoas boas fazendo coisas ruins também são pessoas fazendo coisas ruins. E muito poucas vezes o caso de Leleco e Muricy foi tratado como algo maligno. Só por eles serem personagens do bem. Só que… isso não é engraçado. Pelo menos não deveria ser.
Ainda sobre novelas, geralmente um ápice em novelas brasileiras é quando a mocinha da novela bate, dá uma surra, na vilã. Eu até entendo que é novela, ficção, a gente quer poder realizar o que não pode fazer na vida real. E a surra é uma forma enfática e palpável de trazer recompensa. Mas não posso deixar de pensar que talvez essa surra seja mesmo considerada uma forma válida de resolver as coisas, que as pessoas considerem essa surra justificada. E pode até ser justificada, mas não é só por que uma coisa é justificada que significa que ela é certa ou aceitável. Justificação significa apenas que há uma razão legítima por trás de algo. Na verdade a "surra" deveria desfazer a imagem das mocinhas, já que elas estão descendo ao nível da violência. E não exaltá-las como mulheres fortes, que é o que vem acontecendo. Mais força é necessária para manter-se em paz do que para revidar com violência.

E ainda outra obra a ser mencionada é a série americana Glee, do canal Fox, que apresenta uma ideologia totalmente confusa e doida (na falta de palavra mais ofensiva). A série é sobre bullying, os excluídos, os invisíveis e tal. Portanto minorias são muito exaltadas ali, mas às vezes o Ryan Murphy coloca piadas sobre elas. Ou seja, ás vezes o bullying é tratado com seriedade, ás vezes é colocado com função cômica. Mensagem totalmente mista. Os únicos respeitados na série são os gays, a despeito de todos os outros grupos. O site gleesucks.com faz reviews ótimos que deixam bem claro tudo isso.
Abaixo, um pedaço de letra de uma música original do Glee que... veja!
(...)
Porque, Eu sei que um dia você vai gritar o meu nome
E eu vou ignorar, isso mesmo
(...)
Me empurra de novo contra o armário
Mas eu não vou nem me importar
Eu vou descontar em você quando eu for o seu chefe
Não estou pensando em vocês, seus invejosos
Porque eu poderia ser um super astro
Te vejo quando você for lavar o meu carro
(...)
-----------------------
Essa letra é da música Loser Like Me, uma das poucas originais deles. Eu só coloquei as partes mais importantes dela. Veja quanto ódio e o que isso significa. Pense nisso. Isso é um sentimento bom?

2 comentários:

  1. Ódio nunca é um bom sentimento.
    Bom humor sim, é bem legal de se estar cultivando -gerúndio, gerúndio - kkk
    E o que seria da TV se não exaltasse a violência? Se fôssemos menos sádicos, tb, issop se faria diferente...

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  2. Eu acho que em relação à TV exaltar a violência, o problema está na falta de um pensamento crítico sobre o que se está vendo. As pessoas veem concordando com tudo, sem análise, sem senso crítico. E isso é culpa da educação brasileira que prioriza decoreba ao invés de compreensão e aceitação incondicional ao invés de racional.

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