Eu não sei mais o que escrever
Não há mais o que fazer
Eu queria que essa coisa desesistisse por um tempo
Oras ver o sol e me sentir grato por ele me permitir viver
Ver as estrelas e me sentir uma delas
Ouvir falar de anjos e ouvir sua voz no meu íntimo
Oras estar quente como o próprio inferno
Quente de maneira a lembrar ruínas
Mais áspero do que se imagina que uma dor pode ser
As chamas que queimam incendeiam minha alma com paixão
Sonhos vermelhos que mergulharam meus olhos em ácido
São sonhos perdidos
As lágrimas mataram-se em seqüência
Amargaram minha essência
Mas onde me levarão?
Eu estou esquecido num mar de iras entristecidas
Amassado pela minha esperança
Célere
Nada vai enxugar minha face o bastante
Nada vai amenizar as rusgas na minha crença
Essas feitas de farpas de palavras retorcidas
Eu quero ar pra respirar
Espaço pra andar
Cores pra ver
Calor pra sentir
Amor pra amar.