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terça-feira, 1 de maio de 2012

Opinião sobre Religiões

Congregações
Começando o meu texto, opinião pessoal, já advirto, com o tema das junções de pessoas com o objetivo de compartilhar sua crença. São bastante comuns pelo mundo todo, por que o ser humano simplesmente não consegue suportar estar sujeito a si mesmo e à sua própria sorte aqui na imensa e atribulada Terra. Alguns desses grupos crêem com 100% de certeza serem os certos em suas crenças (não vou nem entrar no ônus do orgulho que, segundo muitos, seria um pecado; ainda assim agem como se fossem os donos da verdade soberanos). Mas com tantas crenças igualmente apelativas pelo mundo, islamismo, espiritismo, catolicismo, protestantismo, etc… não é verdade que todas e cada uma delas tem a mesma chance de estar certa?
Há ainda algumas que julgam o que a outra faz. Consideram os atos de outras como feitos demoníacos, mas qual a separação entre algo bom e algo mau, quando o mau pode se fingir de bom? O que os evangélicos consideram demônios podem mesmo ser espíritos. O que os espíritas consideram espíritos podem ser demônios. O que os evangélicos consideram dons ou Espírito Santo podem ser demônios ou espíritos ou dons mesmo ou ainda outra coisa. A verdade é que nós não sabemos. Então é impossível ter certeza de qual a crença está correta. Então é impossível prever quais ações levarão alguém ao céu ou ao inferno, considerando que existam tais locações pós-vida. Apesar de que por mais que queiramos, precisemos, e seria triste, pode mesmo nem existir um pós-vida. Há divergências entre as crenças ao ponto de algumas acreditarem que suicídio leva ao céu e outras crerem que suicídio leva diretamente ao inferno. Até onde posso analisar, ambas podem estar certas. Ninguém foi até o outro lado, voltou e disse numa transmissão televisiva internacional o que há de lá.
Livros Sagrados
Por que acreditar em algum deles especificamente, quando há tantos que podem estar certos? Bíblia, Torá, Alcorão, Evangelho Segundo o Espiritismo, e outros com nomes mais estranhos. É a coisa mais ridícula acreditar na supremacia de algum desses livros. E, pior, acaba levando à soberba, à crença de que você está certo, todos os outros estão errados, portanto você é superior aos outros. Leva à segregação. O islamismo é um perfeito exemplo disso.
Acreditar nesses livros não é, de maneira nenhuma, acreditar na palavra de deus. É, antes, acreditar primeiramente nos homens que os escreveram. Homens que viviam em outras épocas, bastante diferentes das nossas, com tradições bem diferentes das nossas e, portanto, definições morais defasadas; considerando que o instinto social, que é a origem da moral, avança junto com a humanidade. Depois, é acreditar na pessoa que o traduziu, já que esses livros foram escritos em línguas mortas e não há uma tradução ideal perfeita do hebraico ou grego… para inglês, português ou alguma das línguas atuais, então é impossível uma tradução de um documento nessa linguagens se manter “puro”. depois, esses documentos existem por séculos, milênios, é impossível dizer que não houve interpolações, que não houve acréscimos de pessoas com seus próprios objetivos. Aliás, é bem provável que hajam interpolações. Outra coisa é que a Bíblia (o que eu mais posso falar, pois é o mais próximo de mim) é cheia de contradições que não existiriam se ela fosse “inspiração divina”. Além do fato de que a Bíblia é um documento muito antigo e, muito certamente, tais documentos chegaram incompletos às mãos das primeiras pessoas que compilaram a bíblia.
Aí chegamos a outro ponto. Houve uma compilação, em algum momento da história. Alguém escolheu o que iria e o que não iria dentro desse (e dos outros livros sagrados). Daí surgiram os livros apócrifos, os evangelhos excluídos da Bíblia. Até mesmo entre as diferentes congregações, há diferenças nos livros presentes na Bíblia e nas interpretações do livro.
E as profecias?, muitos vão dizer. Bem, simplesmente pegaram o que estava escrito e DEPOIS que determinado acontecimento aconteceu, atribuíram determinada escritura ao acontecimento. As pessoas fazem um esforço tremendo para manterem sua fé cega.
A maneira como a Bíblia é escrita também é completamente esquizofrênica, ora fala por parábolas, ora fala por prosa básica. E, mesmo que devesse ter sido escrita para que todas as pessoas entendessem, ela é toda enigmática. Toda a organização diagramática da Bíblia é estranha, também.
Outra coisa importante se fazer notar aos cegos de crença: as três maiores religiões do mundo: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo, tem basicamente as mesmas origens. E é importante também notar que Jesus, o ídolo-centro do cristianismo, tem muitas similaridades com vários centros de religiões. Na verdade, todos tem as características básicas de um herói. E se não acreditamos em deuses gregos do monte Olimpo, deuses egípcios, Alá, unicórnios e afins, por que deveríamos acreditar em Jesus?
E essas observações sobre a bíblia sagrada valem para todos os livros e todas as religiões existentes no mundo que se baseiam neles.
História
As igrejas tem um histórico de fazerem mal à humanidade. As raízes para a Santa Inquisição podem ser encontradas na Bíblia e foram executadas pela Igreja Católica. O islamismo que causa guerras é mais uma forma da religião. Os ataques a homossexuais tem contribuição da religiosidade. A escravidão foi feita com a desculpa religiosa. E inúmeros outros males. Na verdade, se existem os temidos Illuminati de que tanto os cristãos alertam, as religiões com certeza fazem parte do seu sistema de controle. E por mais que eu não acredite em fé cega, ter uma fé não é o problema, é fazer um grupo de pessoas em redor dessa fé que é o perigoso. Seguir um líder inquestionavelmente, como um cordeirinho. Você vê os pastores pregarem na TV, falando de “soldados de Deus”, “guerra” e coisas afins, e entende o quão longe essas coisas podem ir.
Ciência
Por mais que tenham se esforçado para provar o contrário, aqueles que são capazes de tudo para defender sua fé não foram capazes de ir contra a ciência. A igreja católica chegou até mesmo a criar um ramo da ciência chamado arqueologia bíblica para provar que o que está escrito na bíblia é real. Oras, se ela foi escrita por pessoas que viveram naquela época, é o mínimo que se espera que eles soubessem como eram as coisas naquele tempo. Além do mais, algumas evidências encontradas por esses ‘arqueólogos’ bíblicos foram falsificadas! Por outro lado, a ciência constantemente prova que as idéias de mundo da bíblia não são realistas (o mundo sendo plano, o sol no centro do universo, p.ex.). Claro, muitos podem dizer que isso é por que a ciência moderna ainda não existia naquele tempo. Mas para um livro inspirado por Deus, eu esperava mais. Além do mais, os esqueletos dos dinossauros testemunham contra a idade do mundo contida na bíblia e as pesquisas provaram que um dilúvio não pode ter acontecido na Terra. Por fim, sobre o embate entre religião e ciência, a religião nunca nos deu nada palpável; enquanto que por causa da ciência temos tecnologias, praticidades e muitos benefícios.
Acessibilidade da Salvação
Um fato: as religiões foram criadas e mantidas por motivos políticos, como uma forma fácil de manipular as pessoas.
Mas e as pessoas que viveram antes dos evangelhos? E as pessoas que nunca tiveram acesso a um dos livros sagrados? Vão ser julgadas da mesma forma que aquelas que cresceram sendo abusadas ledo eles?
Lembrando que, sendo você de uma religião, em outra você vai pro inferno. Sendo assim, não importa o que você seja, em algum lugar do mundo você vai estar indo para o inferno. Inferno esse que vai contra a própria definição de um deus bondoso. Por que mandar as pessoas pra sofrer pra sempre? Sadismo? Como alguém poderia ser completamente feliz no céu sabendo que há tanta gente sofrendo tanto? E como alguém que pudesse ser feliz numa condição dessas pode ser considerado uma pessoa boa (e não um psicopata)?
Conivência
E se você está em uma religião, você está sendo conivente com todas as coisas erradas e violentas e transgressoras que foram feitas por elas ao longo do tempo. E com suas idéias preconceituosas, sexistas, segregacionistas e racistas.
Desespero
E tudo isso se aproveitando do desespero humano perante a coisas como a morte e a necessidade de um objetivo na vida. Quando chegamos a um certo nível nas perguntas, não podemos responder, e então a religião entra com suas respostas simples “é assim por que é assim” e “é uma questão de fé”, que nem podem ser consideradas respostas de verdade. “Eu acredito em Deus por que duvidar é pecado”, “eu não preciso de provas para acreditar em Deus” e afins são respostas comuns. E provam o quão estúpido é a crença cega. As religiões se aproveitam disso para lutar e para motivos políticos.
E isso não acaba. Ainda hoje as pessoas são criadas dentro de um sistema de crenças, se tornando adultos que simplesmente não conseguem questionar suas crenças. E isso é um abuso infantil. Os pais continuam impugnando suas próprias crenças nos seus filhos.
Tradições
Não se engane, não sou contra as tradições. Elas são parte da vida. Elas são o que dá sentido à vida. Sem elas não seríamos muita coisa. Mas para tudo há um limite. As tradições religiosas estão tentando parar o progresso da ciência e continuam coagindo as pessoas.
Males
Primeiramente, existe a segregação. Pessoas se dividindo em grupos. As diferentes religiões, e as pessoas que estão fora das religiões. E que simplesmente, às vezes, não se misturam.
Outro mal das religiões, todas elas, é a crença clara e óbvia de que mulheres e homens tem lugares diferentes no mundo, o que é um grande golpe contra o movimento feminista.
Além disso, há o conceito de "moral por medo" que vai contra o "lívre arbítrio" e em direção à coerção. "Você é livre mas se você fizer isso, você vai pro inferno". E isso é ensinado a crianças, impedindo que elas criem uma moral por si mesmas, independente desses temores infundados. Em outras palavras, uma moral verdadeira.
Falando nisso, a exposição de crianças a religiões e os pais forçando elas aos filhos é nada menos do que um abuso da inocência infantil. Crianças não tem todas as informações ou capacidade de discernir entre o que é verdade ou não, e então os pais vêm e ensinam mitos como fatos reais. É absurdamente ridículo que teologia seja ensinada na escola como verdade e não mitologia.
Também há que se pensar na maneira como as pessoas projetam seus desejos nas coisas e nas ideologias, que faz com que uma pessoa interprete um livro, por exemplo, de maneira diferente de outra. Com relação à religião, as pessoas projetam nelas aqueles desejos deles que a sociedade desaprova mas, de algum jeito, a religião ainda aprova, por que a moral de um livro escrito séculos atrás é, com certeza, menos evoluído do que a de hoje. Então na verdade a religião também faz com que as pessoas se sintam mais convictas nas suas idéias ruins e maléficas.
Outra coisa preocupante são as vantagens que as religiões tem com relação a praticamente qualquer coisa. Por quê uma igreja tem o direito de não pagar imposto (não sei se é assim no Brasil)?
Mas talvez o mais preocupante é a INVASÃO do setor religioso na política, defendendo pontos de vista antigos e defasados, baseados em documentos rústicos (sim, a bíblia). O estado, que deveria ser laico, em muitos países praticamente já não o é. Qualquer político evangélico, por exemplo, basta se candidatar que vai ter todos os votos dos frequentadores daquela igreja e/ou religião. E, ganhando, vai defender os interesses apenas daquela parcela da população, em detrimento de todos os outros setores da sociedade.
E lembrando que a religião na política tem o poder de realizar todos os seus sonhos doentios: parar o progresso benéfico da ciência, promover uma caça aos homossexuais, ir contra políticas de controle de natalidade como camisinhas e aborto, dar um jeito das igrejas ganharem mais dinheiro ainda, etc. etc.
E isso é um absurdo.
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E existe um preconceito GIGANTESCO na sociedade contra os que vão contra essas normas. Se você disser que é ateu, você vai ser crucificado por quase todo mundo. Só de você dizer que não acredita em Jesus, mesmo que seja uma crença burra, você vai ser apedrejado. Se você disser que não acredita na Bíblia, mesmo não tendo o mínimo motivo para acreditar, você vai ser esquartejado. Essa é a verdade. Portanto vamos sair dos armários, parar de ter medos e professar nossas crenças verdadeiras (ou falta delas). Só assim poderemos tornar o mundo um lugar melhor, livre dessas manipulações vis.
Links interessantes:
Criticism of the Bible: Página (em inglês) que fala sobre a crítica da bíblia.
Deísmo: Página da wikipedia sobre o deísmo.
O Deus Que Não Estava Lá: Documentário que prova que Jesus bíblico nunca existiu.
Bíblia do Cético: Site que mostra várias inconsistências, erros e outras coisas perturbadoras da bíblia.
http://kopherhistoriador.blogspot.com.br/2008/09/evidncias-arqueolgicas-que-desmentem-as_19.html
http://sobreomormonismo.blogspot.com.br/2011/05/desmentindo-alguimas-historias-da.html
Mito de Jesus: Matéria na wikipédia sobre o mito de Jesus.
Jesus Cristo Nunca Existiu
O Vírus da Fé: documentário
Religulous: Documentário de um comediante ateu (muito engraçado).
http://historiaesuascuriosidades.blogspot.com.br/2010/04/uma-mentira-que-ha-biblia-em-relacao.html
Série CRESÇA: Muito bom! Dica: ative as Anotações.
Download - do livro Deus, Uma Ilusão, do fantástico Richard Dawkins
Aqui, falando sobre o livro Onde Termina a Religião?, escrito por um ex-padre
Este é sobre o livro de Bart D. Ehrman O Que Jesus Disse, O Que Jesus Não Disse
Esse blog é ótimo, e eu coloquei como link extamente uma série falando sobre a certeza da inexistência do Jesus bíblico
http://www.paulopes.com.br/2012/06/ateu-americano-que-foi-pastor-por-25.html
ATEA (Facebook).
Evidence, um ex-cristão, conta sua desconversão.
http://truthbeknown.com/chrisforbeszeitgeist.html - em inglês
http://www.stellarhousepublishing.com/zeitgeistsourcebook.pdf - em inglês

2 comentários:

  1. Ufa! Li tudo. Rs. E concordei com cada vírgula, cada reticência, cada aposto.
    Sim, devemos falar mais sobre nossas crenças, e desmistificar muitas coisas...
    Parar de agir como lacaios e passar a agir como donos da nossa verdade. Muitos precisam sim, da religião. Eu, por exemplo, me considero um teísta. Apesar de ter sido criado numa família católica, ter feito a comunhão, a crisma, e embora pense em me casar, não me considero católico, não mais. Acredito na existência de uma força superior, para além da ciência. Algo que fez com que divergências entre nanopartículas e àtomos dessem origem ao Big Bang, por exemplo. Pra mim, deus é a natureza, a vida, o despetalar de uma rosa. Em suma, a meu ver, a ciência não explica isso.
    Mas tb não acredito num deus que pune e dita certo e errado, quem vai para o céu, quem vái para o inferno.
    A meu ver, a religião deveria nos dar um norte, e não nos desnortear, como acaba fazendo.
    A um bom tempo não vou à Igreja, para orar.

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  2. Não sabia que sua família era tão cristã assim. E eu cresci sendo espírita e agora faço parte de uma família praticamente evangélica. Não sei o que me defino, há tantas definições: ateu, ateu moderado, deísta, teísta, agnóstico... eu fico em cima do muro, enquanto não surgem evidências de sua existência ou de existência da vida após a morte. Mas a violência no mundo e a aparente aleatoriedade de tudo fazem com haja uma maior probabilidade da não-existência desse deus consciente que se importa com nossa existência do que probabilidade da existência desse ser bondoso pra quem se ora.
    Agora, com certeza a religião foi criada como meio político e então se tornou essa coisa estranha e estranhamente poderosa que é hoje. Mas com certeza se o deus bondoso (que não é o deus cruel, aniquilador de povos, assassino e ciumento mostrado na bíblia), esse deus não apoiaria as congregações.

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