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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A Vida Não Tem Sentido

Essa é uma coisa muito difícil de aceitar. Até mesmo pra mim. Nós todos estamos aqui, vivendo nossas vidas passageiras, mas somos muita gente no mundo. Um grupo de pessoas pode fazer algo grande, considerável, mas uma pessoa só não tem importância nenhuma no grande quadro. E mesmo as coisas grandes que um grupo fizer, sejam elas avanços científicos ou grandes produções artísticas, com o tempo serão apenas mais uma obra, perdida no grande mar de obras. Isso porque somos muitos e a cada dia criamos mais e mais. Então nada do que fazemos tem sentido. Estamos aqui vivendo e um dia morremos e talvez deixemos um legado, que com o tempo desaparecerá completamente. Temos sentimentos passageiros, que influem em outras pessoas, mas essas também morrerão e serão esquecidas. Então a menos que exista uma vida além da morte, essa vida não tem nenhum sentido. E mesmo que haja uma vida além da morte, nós não lhe podemos compreender. Para que fomos criados? Com que objetivo Deus nos fez? Essa é a questão de ouro da humanidade, aquela que mais atormenta, deixa loucos e impossibilita a paz na alma humana. Afinal fomos criados e a cada dia existem mais seres humanos. E morremos e nascem mais. Pensando assim, o outro lado está com um número de pessoas absolutamente gigantesco. E pra quê? Pra viver eternamente? Com que sentido? Pra exemplificar o quão ser humano é ignorância: o Universo, segundo alguns cientistas, está sempre se expandindo. Se expandindo dentro de quê? Como funciona o conceito de infinito? Se algo é infinito está sempre crescendo? Dentro de quê? E se Deus existe, porque a vida não é perfeita? Aí entram as religiões, pessoas tentando achar uma explicação plausível. Uns acreditam em reencarnação e é a opção que mais me parece aceitável. Afinal estes crêem que nascemos de novo e de novo, nos aprimorando até um dia merecermos ser espíritos de luz. O que explica por que todos nascemos com oportunidades de vida diferentes (ex.: uns ricos e uns pobres). Mas não explica como fomos criados. Outros crêem que temos uma só vida, somos julgados e vamos ou para o céu ou para o inferno. E me é impossível crer nisso. Afinal, porque Deus deixaria almas sofrendo para sempre, se Ele é amor? Sadismo celestial? Desculpe pela ironia, mas simplesmente não faz sentido. Assim como não faz sentido acreditar que seria justiça, se há tantas crenças na Terra com idéias completamente diferentes. E o conceito de justiça não requer que se saiba, de antemão, o que é passível de punição e o que não é? Como nós humanos podemos saber se temos tantas linhas filosófico-religiosas a escolher para nos guiar. É por isso que eu prefiro acreditar que meu coração sabe o que é certo e o que é errado, lá no fundo, e se eu ouvi-lo, posso pelo menos tentar ser perfeito. Porque eu acredito que as melhores pessoas são as que tentam ser perfeitas. Mesmo que ninguém consiga.
É isso. A vida não tem sentido.
A única coisa que faz a vida ter sentido pra mim, e isso também não faz nenhum sentido, é o amor. Mesmo sendo apenas mais uma das coisas completamente aleatórias do mundo e outra das que um dia tem um fim e são completamente apagadas como se nunca houvesse existido, mesmo assim, me faz valer a pena pra mim mesmo. Estranho, né?

Um comentário:

  1. Oficialmente. Você foi mais fundo do que eu jamais imaginaria ir, em meus devaneios a respeito da finitude da vida...
    ...interessantíssimas as suas colocações. E acho que deus seria sim capaz de cometer sadismo celestial, se ele possuir ao menos um ínfimo traço humano...

    Mas, à respeito das criações, elas nunca morrem. Pelo menos não completamente. Eu sempre me lembrarei das suas criações, pq muitas delas me tocaram, e significaram algo pra mim. E eu passei adiante, tendo certeza de que elas tocariam outrem...
    Pela força do amor, nossas criações perpetuaram-se, pelo menos a quem interessa. Rs.

    E, bem... o amor é mesmo finito. Acho que Russo foi tão sábio quanto, sei lá, Maquiavel, quando disse que "pra semre sempre acaba"...

    Contentemo-nos então com nossa reles mortalidade. Nessa vida, e em quantas mais ousemos "ser".

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