Sério, até onde dá pra julgar, as coisas podem não existir ou não ser exatamente como pensamos. Na verdade, as coisa são todas relativas, portanto nada é uma coisa só, portanto todas as coisas são conceitos abstratos, logo nada é certeza, nada é certo.
Tudo é relativo. A distância entre a Terra e o sol, por exemplo, é gigantesca relativa às distâncias que nós humanos somos acostumados a andar dentro da Terra. Mas essa mesma distância é minúscula relativa à distância entre a nossa galáxia e a galáxia mais próxima da nossa. E além do mais, vemos as coisas com olhar humano. Uma bactéria vê o mundo diferente. Nós mesmos podemos ver as coisas como as vemos, matéria sólida, ou usar microscópio e as vermos como pontos vibrando. Ambas as interpretações são corretas. Tudo são conceitos abstratos.
Mas mais do que isso. Nosso cérebro é o que julga tudo. O que vemos ouvimos, sentimos. Filmes como Matrix e Vanilla Sky hipotetizaram uma manipulação cerebral em que os personagens nem sabiam que não estavam vivendo a vida ‘real’. Os loucos aparentemente agem dessa maneira. Aparentemente por que é impossível nós estarmos completamente na pele de outra pessoa. Nunca poderei, por exemplo, saber uma coisa simples como: será que o vermelho que eu vejo ao olhar para a camisa que estou vestindo agora é o mesmo vermelho que minha mãe vê ao olhar para ela? Não dá pra saber. Enfim, até onde cada um pode julgar, nossas memórias podem não ser reais, e sim coisas criadas por nosso cérebro. Nosso cérebro tem capacidade ilimitada de nos enganar, vide os loucos e também nossos sonhos, em que acreditamos nas coisas mais absurdas às vezes sem nem imaginar que estamos sonhando.
Ainda mais do que isso. Podemos nos enganar de maneiras muito incríveis. Alguém poderia alegar que, quando mais de uma pessoa julga um fato, esse fato se torna verdadeiro. Mas o que julga o que eu estou vendo, ouvindo, sentindo? Meu cérebro. O que julga o que eu estou ouvindo dessas outras pessoas? Meu cérebro. O mesmo processo que determina o que eu estou presenciando julga o que o outro me diz estar presenciando. Sendo assim fácil nos enganarmos e criarmos ilusões.
A gente não tem como ter certeza de estar se comunicando, a gente não tem como ter certeza de que as outras pessoas existem.
E a gente não tem como averiguar cada nova informação que obtemos. Somos obrigados pela praticidade a acreditar em outras pessoas. Vou usar como exemplo a ciência. Somos obrigados a acreditar na idoneidade dos cientistas, na idoneidade dos meios pelos quais o conhecimento chegou a nós e na precisão dos testes. Não há como, em vida, fazermos todos os testes científicos que levaram a cada uma das descobertas, e ter assim certeza de tudo. E mesmo que fizéssemos, teríamos que confiar que nossos sentidos não estão nos enganando. E o fato de conhecermos de antemão resultados prováveis faria com que, inadvertidamente, tentássemos igualar nossos resultados aos já obtidos anteriormente. E esse raciocínio funciona para tudo. Não temos como ir a campo e averiguar cada coisa que nos é informada. Cada notícia, cada fofoca.
Nós não sabemos de nada.
Provavelmente nem nós estamos, no sentido em que conhecemos, vivos. Nós não temos, de verdade, livre escolha. Só acreditamos que temos, e é uma interessante ilusão. Mas talvez vivamos através do nosso instinto. Somo máquinas biológicas com características genéticas (genótipo) e características de criação (fenótipo), a maioria dessas sendo psicológicas, provavelmente. Então nós somos programados aleatoriamente de acordo com como podemos ser programados, como nossos genes permitem que sejamos. Então a maneira como vamos agir é determinada só por esses fatores e não temos, de verdade uma escolha. Se não temos escolha, isso é a mesma coisa de não sermos seres vivos na maneira tradicional. Somos só um pedaço insignificante e aleatório no universo. Ou talvez não.
Moral também não existe. Pelo menos, não existe uma moral absoluta de certo e errado que é sagrada e divina. Existe coisa próxima disso, mas ela é ditada por coisas práticas, nada mítico ou espiritual. Nossa moral advém do instinto social. Precisamos uns dos outros. Desde os primórdios da sociedade, precisamos nos juntar para vencer as adversidades da natureza. Quando nos juntamos, precisamos poder confiar uns nos outros, então certas regras foram naturalmente criadas. Elas se tornaram parte de nós, instintos. Daí nasceu a moral. Eu não posso fazer com o outro o que eu não gostaria que fizessem comigo. Claro que existem mentes que foram criadas de maneira diferente e já tinham predisposição a serem diferentes, então elas podem ignorar essas regras. Mas como essas regras nos ajudam, elas foram transformadas em leis. As leis são para proteger a todos. As leis não são perfeitas, por que é impossível prever todos os possíveis comportamentos humanos em documentos de papel. Mas elas tentam ser próximas disso. Eu acredito mais nas leis do que na moral. Mas eu acho que o ser humano podia ser mais sensato. Pois pra mim é bem claro como devia funcionar a ética. “Eu não devo fazer nada que prejudique outra pessoa e eu não devia fazer nada que me prejudique também. Se eu fizer alguma coisa que prejudique outra pessoa, eu estou errado. Se eu prejudicar só a mim mesmo, o problema é meu.” Claro, o conceito de prejudicar varia. Então é melhor: “Eu devo respeitar a liberdade daquela pessoa.” Vamos ver como a liberdade total de todos se encaixa em alguns delitos.
Não devo estuprar alguém por que estuprar consiste em fazer sexo sem o consentimento da outra pessoa. E se ela não consente, significa que ela não quer. Ela tem o direito e a liberdade de decidir com que ela quer se relacionar sexualmente.
Não devo roubar aquela pessoa por que ela tem o direito de manter os bens dela, se ela quiser. Eu não posso obrígá-la a me dar os pertences dela, por que isso iria contra a liberdade dela.
Não devo matar aquela pessoa, por que ela tem o direito de decidir se quer continuar viva ou não.
Mas eu fui muito longe do ponto. O ponto é que não há, também, um ponto fixo que não sai do lugar chamado moralidade e em torno do qual tudo gira, como algumas pessoas parecem pensar. Essa é só mais uma das coisas que não existe.
Existe, sim, raciocínio lógico.
Nenhum conceito abstrato existe como uma coisa certa, que por qualquer angulo que se olhe é uma coisa só, imutável. Nem perto disso. E tudo são conceitos abstratos. Nós vemos os objetos, damos características e um nome a eles. E qualquer objeto com aquelas características terá aquele nome. Isso funciona por que todos vemos o mundo como humanos. Mas as características de um objeto variam de acordo com como as olhamos. Uma parede é um cercado sólido em volta de algo, mas dificilmente poderiamos conceitua-la assim se vissemos ela com microscópios, um monte de partículas vibrando com muitos espaços entre elas.
Altruísmo não existe. Existe fazemos caridade por que isso nos faz nos sentirmos bem. Amor não existe. Existe fazermos bem a quem amamos por que isso faz a gente se sentir bem. E isso provavelmente advém do nosso avançado instinto social, que fez com que ficasse impresso em nós que fazendo algo bom a outrem aumenta as chances de recebermos algo bom em troca. Portanto acaba que altruísmo é uma forma de, primeiramente, não confiar nos outros, não acreditando que eles farão bem a nós mesmos sem que façamos algo em retorno. Mas como é um instinto, um sentimento, não importa realmente, por que não é algo controlável (como ações).
Culpa não existe. Por que somos seres aleatórios. Mas precisamos prender os culpados de algo e até tentar regenerar, como medida preventiva a ocorrências repetidas. Mas não acredito em punição.
Resumindo: não sabemos nada.
eita... bem profundo esse... fiquei na dúvida agora... se eu comentar sera q vc vai entender o que realmente eu disse, ou imaginar o que eu poderia ter quisto dizer sobre a sua óptica? é muito relativo isso...
ResponderExcluirPrimeiro eu teria que supor que você existe, coisa que eu estou fazendo agora ao comentar. kkkkk
ResponderExcluirkkkk... meu deus! (com "dê" minúsculo, que fique enfatizado) Mas e se eu não existir? Será quem que estará escrevendo esses comentários? Será o E.T. da Katy Perry que me raptou a completo favor da minha vontade pra fazer experiências misteriosas com meu corpo nu e virgem, e se apossou mentalmente de minha senha do blogger? Huahuahuahuahuahuahua...
ResponderExcluirOU eu te criei na minha mente kkkkkkk Me conta pq eu faria isso msm? Conclusão: vc existe kkkkk
ResponderExcluirBrincadeira