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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Por quê da Não-Crença


Depois de muito ler sobre o assunto, ficou claro pra mim de que as religiões são farsas. E isso é tão óbvio que me atinge como uma pedra caída do céu lançada por um tufão como as pessoas continuam crendo. Eu vou falar especificamente da crença cristã, primeiramente, por que é mais fácil falar sobre ela do que sobre qualquer outra, já que é aquela com a qual mais se tem contato no mundo ocidental.

Primeiramente há que se contestar a Bíblia. Escrita por seres humanos, não contém prova nenhuma de ser inspirada por Deus. É constituída por parábolas complexas intercaladas por textos normais e uma maneira expositiva totalmente excêntrica que fazem ela não ser acessível. As pessoas interpretam ela todo o tempo. Isso pra mim já é uma prova de que ela não é algo divino, por que senão ela seria mais acessível, todo mundo conseguiria ler e entender. Depois, ela foi traduzida e não há uma tradução perfeita daquelas línguas originais em que ela foi escrita, muitas coisas naquelas línguas são dúbias e podiam ter várias interpretações. E nem há uma única tradução da bíblia. Além do mais, nem há uma só versão da bíblia, já que entre as religiões há diferenças entre o que eles consideram verdadeiro e o que consideram não-verdadeiro nesse livro. Então temos que acreditar que ela foi enviada por um deus, sem nada que corrobore, e ainda acreditar na capacidade e na idoneidade de quem a traduziu. Outros fatos contra a inspiração divina da bíblia se encontram no seu tempo de existência, já que podem ter havido muitas interpolações ou seja, trechos modificados com inserções inclusive. E também perda de partes. Mas o mais impressionante é o conteúdo que mesmo assim chegou a nós. A bíblia é cheia de contradições, a mesma pessoa pode mudar de nome entre um trecho e outro. O site Bíblia do Cético mostra bem isso. Além do mais, o deus do velho testamento faz muitas barbaridades e, como se crê que ele é o mesmo do novo testamento, fica claro que esse Deus é um ser ciumento e bárbaro. E apesar de ser onipotente, onisciente e onipresente... mudou de comportamento entre um testamento e outro! A prova da barbaridade desse deus pode ser encontrada tanto na bíblia do cético quanto na série do youtube Deus Mau.
Jesus, como o vemos nesse livro, também não existiu. Veja bem, o primeiro relato da vida de Jesus surgiu cerca de mil anos depois da suposta morte dele. Ou seja, por mil anos não houve nada escrito acerca desse ser, e de repente alguém escreve alguma coisa. Isso significa, também, que quem escreveu esses livros não conviveu com Jesus e não tinha como ter certeza de estar escrevendo sobre alguém real. E nenhum escritor da época escreveu sobre Jesus, nenhum contemporâneo dele. Mas talvez o que mais prove a origem fraudulenta do mito seja o fato de que a igreja católica falsificou documentos de escritores para provar que falaram sobre Jesus. Mesmo assim Jesus ainda foi um grande homem ou personagem do ponto de vista moral. Mas, ao contrário do que se pensa, nem tudo ali era original. Muito de suas pregações vem de filosófos contemporâneos do messsias e filósofos anteriores a ele. Entretanto, é muito provável de que um Jesus tenha existido, não esse ser mitológico, mas um pregador naquela época. O que acontece é que os poderosos, a igreja católica, transformou o homem num mito. Por quê?, se pergunta. Por que a religião dava poder a esses homens. Eu não creio que eles a criaram, mas a usaram. A atual riqueza do vaticano e de outras congregações cristãs é uma mostra de como religião acumula riquezas e, naquele tempo, mais ainda. Não digo que hoje em dia alguém esteja tirando vantagem dos outros (embora exista quem está), mas que os pregadores atuais acreditam no que pregam. As pessoas são propensas a acreditar por que é uma crença confortável, de que há um Deus bondoso por aí e que depois da morte vamos pro céu. Por isso as pessoas acreditam. Claro, pode também ser uma crença perturbadora, criadora de uma moral que não é uma moral. Não fazer algo amoral por que vamos para o inferno é moral por medo, e é uma moral frágil por que não é verdadeira. E não, nossa moral, ao contrário do que muitos crêem, não vem da religião. Ela vem do nosso instinto social avançado. E ela é muito, mas muito mais avançada do que a moral aparente na bíblia, simplesmente por que a moral bíblica é uma moral de tempos bárbaros. A prova clara e objetiva disso é que escolhemos quais partes seguiremos da bíblia. Com base em que escolhemos? Certamente não com base nela mesma, senão levaríamos tudo ao pé da letra. Então é com base em noções de moral inerentes em nós mesmos. E essas são nosso instinto social. Isso também prova que somos mais morais do que a bíblia.
Outro fato a ser constatado facilmente é que a ciência NÃO corrobora a bíblia. Ao contrário. A ciência prova que nunca houve um dilúvio na terra, que a terra não é nem de perto tão jovem quanto a bíblia mostra, que não viemos de Adão e Eva, que não houveram homens gigantes, que o sol não gira em torno da terra. E os dinossauros simplesmente não são compatíveis com os relatos bíblicos. E ao contrário das crenças advindas do puro nada escritas naquele livro, a ciência busca provas e testes e nunca está cem por cento certa de nada, por que sempre pode ser provada errada e então novos testes são feitos. É uma constante busca pela verdade, ao contrário da paralisia da igreja. A igreja diz que é assim e não pode ser questionado por que questionar é errado. Que as coisas são assim e ponto. Isso não é explicar, isso é fingir. A ciência diz que devemos questionar.
A religião nasceu do ser humano criado explicações para os fenômenos naturais que os assustavam. Raios se tornaram um ser muito poderoso. O sol já foi vários deuses. Não acreditamos mais em Osíris ou Rá, por que acreditar nesse deus cristão? O fato é que, provavelmente, se tivéssemos continuado nesse caminho, estaríamos na idade das trevas ainda. Ninguém teria questionado o por que dos raios e não teríamos eletricidade. Acho que foram muito espertos em colocar essa "cláusula" na bíblia sobre o não-questionamento. Por que qualquer questionamento, quando a mente é aberta, pode levar facilmente à não-crença, já que não há nenhuma prova da factualidade bíblica. Nem sequer os relatos históricos conferem com a bíblia, em muitas vezes. E se não cremos em pessoas com poderes mágicos hoje em dia, por quê acreditamos nelas em tempos passados?
Tá, e as vivências? Muitos podem se perguntar sobre isso. Possessões, curas milagrosas... simplesmente não são verdades. Muitos são farsas, mas nem todos. Alguns são a pessoa, sem saber, se faz acreditar, quase que numa auto-hipnose. Eu já disse que é uma crença confortável e ainda há um pastor, padre ou palestrante incentivando. Fora que a quantidade de pessoas acreditando faz com que seja ainda mais fácil se auto-convencer. Há muitas pessoas crendo por que é fácil e por que se tornou algo natural. Os seres humanos sempre estão procurando segregar, criar grupos. Isso por que em um grupo menor é mais fácil confiar. Isso explica, inclusive, a existência do bullying. Procuramos alguém pra excluir, um grupo estranho. Então nas sociedades medievais era importante se reunir em torno de uma mesma crença, criar um grupo. Voltando às vivências. Nunca ouve uma cura provada, e muitas vezes a crença na cura mascarou uma doença. Nunca ouve conversa com os mortos provada (volto a isso depois), médiuns como a Allison DuBois, a inspiração para a série Medium, alegam ter ajudado as autoridades em investigações, mas as próprias autoridades negam. Mais do que isso, há o efeito placebo, em que uma pessoa crê tanto em algo que cria uma manifestação.
E a ideologia errada? Que tipo de deus bondoso mandaria pessoas para um mar de fogo para sofrerem para sempre? Um deus sádico, é claro. E que tipo de pessoas bondosas são essas que vão pro céu se nem se importam de que há outras almas sofrendo em algum lugar nas mãos de uma besta chifruda?
Quanto à oração: pessoas boas e de fé em situações em que realmente necessitam, às vezes suplicam e conseguem resposta e às vezes não, a situação não se resolve. Outras pessoas pedem coisas supérfluas e às vezes conseguem e às vezes não. Isso prova o quanto é totalmente aleatório e portanto não há influência divina. Isso mostra que não só orar não é nada, como provavelmente deus não existe. O próprio estado do mundo já deveria provar isso.
E não. Não sei como alguém como alguém pode acreditar no que vou falar a seguir, por que não. O ser humano não está pior, a humanidade não está mais maligna por que estamos nos últimos dias. Sempre fomos malignos. As pessoas parecem se esquecer dos relatos históricos sobre as barbaridades da época quase sem lei da idade média. De quando os ricos e nobres podiam tudo e efetivamente faziam tudo. Das épocas das guerras. Na verdade estamos como sempre estivemos.
Agora vamos falar sobre o tão aclamado sacrifício. Aquele na cruz, mesmo. Não faz sentido. Segundo a crença, Deus, Jesus e Espírito Santo são na verdade um só, não? De certa maneira, né. Então Deus mandou ele mesmo em forma de homem pra ser sacrificado. Claro, por que ser sacrificado numa cruz é uma maneira válida e óbvia de perdoar os pecados da humanidade. Espera, estou sendo irônico. Se ele é Deus, não seria melhor só perdoar e pronto? Deus age de maneiras misteriosas que não podemos compreender. Bobeira. Depois volto a isso. Então Deus não permitia que o ser humano se comunicasse diretamente com ele e com esse sacrifício o ser humano passa a poder. Então Deus mudou de opinião. Segundo me disseram, ele deixou os ensinamentos mas os seres humanos não os seguiram conforme ele queria. Mas espera! Deus não deveria saber que isso aconteceria desse jeito? Ele não era onisciente, ele não sabe tudo? Se ele sabe tudo, devia saber disso.
Agora por que “Deus age de maneiras misteriosas” é bobeira. Por que isso é mais uma fuga de explicações. É dizer “você não entende e não pode questionar”. Por que pessoas boas sofrem? Deus age de maneiras misteriosas. Isso não é responder, isso é o oposto de explicar. Ainda bem que algumas pessoas explicam, embora não faça sentido, elas explicam, que são provas pelas quais passamos.
E a única religião que eu vi tentar explicar por que uns nascem com mais oportunidades do que outros foi o espiritismo, que diz que isso é por causa do que fizemos em encarnações anteriores. Mas o espiritismo também tem suas farsas, como Chico Chavier. Sim, ele mesmo. O blog Ceticismo Aberto e o Obras Psicografadas falaram sobre isso, mostrando que Chico não vivia como pobre, que a grafoscopia foi totalmente tendenciosa, que o crime que supostamente Chico ajudou a resolver na verdade não foi bem assim…
E por que atacar as religiões? Que mal elas fazem? Muitos. Pra começar, em um ataque ao estado laico, se metem em assuntos em que não são chamados. Vão contra coisas benéficas como aborto, casamento gay e pesquisas com células-tronco. Depois, segregam as pessoas ainda mais. Certas religiões simplesmente não se comunicam com outras. Existem até escolas exclusivas de determinada religião. E as crianças do cristianismo judaico não tem contato com o mundo exterior à sua religião, por exemplo. Fora isso, há preconceito contra aqueles que não crêem, como se fossemos nós os errados. É a inversão de valores. Além do mais, é um abuso infantil fazer com que as crianças peguem os ensinamentos dos pais, por que uma criança não tem como julgar se ela quer crer ou não.

E as profecias? Coisa mais claramente farsesca não existe. Simplesmente pareidofilia ou nosso cérebro encontrando algo parecido com outra coisa. Alguma coisa aconteceu na vida real, aí alguém que leu a bíblia achou aquilo parecido com alguma profecia ali contida e considerou isso uma profecia realizada.

Links:
Obras Psicografadas.
Ceticismo Aberto.
Primeira parte da série Deus Mau.
Bíblia do Cético.


3 comentários:

  1. Idéias muito interessantes. Achei meio bagunçado o texto, rs, sem uma continuidade gritante. Mas vc se fez entender, Fato é que a bíblia foi escrita por homens, em um momento de manipulação ideológica. Aspiração por poder. A única coisa certa que a bíblia prega, a meu ver, é que tudo que o homem pões a mão, o homem corrompe. Acredito sim, na existência de um deus. Não porque as igrejas pregam, mas pq senão acho que enlouqueço, se não houver um porvir,passada a morte... rs. E tem coisas simples, às quais recuso-me a me render. Não gosto de escrever "Deus" nem "Igreja", assim, com maiúsculas. Parece besteira, sei lá...
    Bem, não sei mais o que comentar, a não ser que já quero q vc continue a escrever sobre isso. Vc é um bom escritor. Continue a exercitar esse dom. Beijos mil!

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  2. Também achei meio bagunçado, por que tinha muita coisa na minha mente. E quando eu lembrava de alguma coisa no meio do texto eu colocava logo, com medo de esquecer depois. E mesmo assim uma porção de idéias ficou de fora. Mas também, já tem muito sobre isso na internet, os links desse post e daquele Opinião Sobre Religiões já são o bastante pra quem quiser saber mais dessas coisas. E na verdade, esse post aí de cima ficou muito parecido com aquele outro. E não era pra ser, era pra esse ter sido mais explicativo. Enfim... valeu, Z[e!

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  3. Sim sim...
    A desordem as vezes reina em meus escritos tb, PJ! kkkk
    Esse é o mal (ou o maior bem) de nós, malucos... kkkk

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