Esperança, Parte II

Pense que sonhos se realizam
Molde-os em sua mente com esperança
Agora se quebre de novo e de novo
Você está completamente errado
Sonhos morrem e te levam junto

Esperança requer perseverança
Um tipo de espera infindável
Por algo que nunca acontecerá
Esperança é esperar algo inalcançável

O amor mostra a verdadeira face da dor
E mesmo assim não desisto desse sentimento
Antes pensei que um dia iria me render
As lágrimas apenas endureceram minha resolução
Antes pensável, agora já temo para sempre sofrer
O "não" ainda me consome como antes

Dez anos se passaram e espero ouvir o mesmo
As mesmas coisas que me são proibidas
Tudo o que eu podia dar ao mundo
Descobri não ser possível mais
Pois fui destruído pela eterna esperança
E vi que não há nada que o mundo possa me dar
Ou mesmo nada que o mundo queira me dar

Morri no momento em que percebi não ser feliz
Sou agora apenas essa esperança desesperançada
Que de ter esperanças desistiu, mas não consegue parar

Caí para nunca mais ser encontrado
Por tanto esperei e ainda continuo  a esperar
Não aguento mais esperar pelo que nunca vem
Senti minha dor me derrubar e no chão fiquei

Escrever é meu único e verdadeiro desabafo
Inútil e insuficiente é este alento
Dor é meu castigo por existir
E esquecer essa dor nunca me foi possível

Pode a dor nos meus olhos ser escondida?
Posso me cansar ainda mais dessa existência?
Serei infeliz e sei e questão nenhuma importa

Eu ser amado é algo ativamente evitado pelo destino
O dom da amizade se perde junto com minha alma
Não tenho nada de especial, nunca tive
Nem de mau
Mas os bons parecem ser os que mais sofrem

Eu continuo pedindo por tudo que mais desejo
Minha morte não me impediu de querer viver
Faz tempo que não nego a falha da crença
E ainda assim a crença me persegue como louca
Ainda quero terminar bem, mas me conformo em terminar
Não, não espero mais nada, não posso

Mas ainda tenho a tal maldita esperança, e dolorosa
Maldição!, eu quero ser salvo!

Esperança (parte 1) pode ser lida clicando aqui.