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sábado, 14 de março de 2009

Diário Secreto

Estou me analisando
Sabendo-me mais louco a cada acordar

Sei minha inutilidade
Quando nada faço
Isso é inconfidenciável

E agora meu ciúme me mata
Ciúme do que tenho
Ciúmes do que quero ter
Inveja que não quero ter
Olado mal de existir
Que não quero saber
E acabo de desvelar

Ah, bucolismo!
Ah, impaciência!
Nível de letargia
Quero ascendência!

Quero quebrar os freios e me descontrolar
Bater e descalibrar
Talvez assim eu dê mais valor
À vida que ao amor.

Dor, dói, doeu e não pára
Estou impotente diante do espelho
As oportunidades passaram
E só agora eu sei que as queria

Nada é o que eu sou
Penso e continuo a pensar
Mas continuo inexistente
Invalidado
Pois não tenho conjugalidade

Desejo
Que nada tem por mim
E eu por muita coisa tenho

Eu sou único
Mas quero mudar minha vida
Mesmo que eu passe a ser mais um
Entre todos

Psicologia do ser
Eu quero ir morrer
E parar de sentir
O que o trabalho não sufoca
E tudo invoca

Quero me salvar
E quero ser forte, se preciso

Estou cansado de não me levar adiante
Até onde está o pouco que quero

Eu estou com medo
De minhas mentiras

E a rejeição
Que há no mundo
E busca me abater
Me leva na enxurrada

Deus
Crença
Na vida e Nêle

Me recomponho
De minhas quedas
E quero que o mundo pare
Pra que eu descanse

Por quê as pessoas fingem?
Mudam coisas que pareciam fixas
Nada nelas é imutável
Nada nelas é confiável
Mas eu ingenuamente confio

Agora, o que é o amor?
Querer o bem de alguém
Mesmo que signifique seu mal

Sigo meu coração
Ele me diz o que
Um Ser Superior espera

E a humilhação que age
Me enchendo de manias
Que preenchem meu orgulho
Mas não servem pra apagar a dor

O que sou, eu mostro
A superfície e nela
o profundo
E la, e aqui
Sempre
Eu quero muito viver.

Um comentário:

  1. Nossa. O que é essa coisa de olhar pra trás né PJ?? Se arrepender das oportunidades perdidas, às vezes é sufocante. Mas ao mesmo tempo, saber-se doar. Ser refém do amor, pode parecer bem mais desgastoso e conflitante.
    Poema lindo. Adoro sua subjetividade.

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