Estou me analisando
Sabendo-me mais louco a cada acordar
Sei minha inutilidade
Quando nada faço
Isso é inconfidenciável
E agora meu ciúme me mata
Ciúme do que tenho
Ciúmes do que quero ter
Inveja que não quero ter
Olado mal de existir
Que não quero saber
E acabo de desvelar
Ah, bucolismo!
Ah, impaciência!
Nível de letargia
Quero ascendência!
Quero quebrar os freios e me descontrolar
Bater e descalibrar
Talvez assim eu dê mais valor
À vida que ao amor.
Dor, dói, doeu e não pára
Estou impotente diante do espelho
As oportunidades passaram
E só agora eu sei que as queria
Nada é o que eu sou
Penso e continuo a pensar
Mas continuo inexistente
Invalidado
Pois não tenho conjugalidade
Desejo
Que nada tem por mim
E eu por muita coisa tenho
Eu sou único
Mas quero mudar minha vida
Mesmo que eu passe a ser mais um
Entre todos
Psicologia do ser
Eu quero ir morrer
E parar de sentir
O que o trabalho não sufoca
E tudo invoca
Quero me salvar
E quero ser forte, se preciso
Estou cansado de não me levar adiante
Até onde está o pouco que quero
Eu estou com medo
De minhas mentiras
E a rejeição
Que há no mundo
E busca me abater
Me leva na enxurrada
Deus
Crença
Na vida e Nêle
Me recomponho
De minhas quedas
E quero que o mundo pare
Pra que eu descanse
Por quê as pessoas fingem?
Mudam coisas que pareciam fixas
Nada nelas é imutável
Nada nelas é confiável
Mas eu ingenuamente confio
Agora, o que é o amor?
Querer o bem de alguém
Mesmo que signifique seu mal
Sigo meu coração
Ele me diz o que
Um Ser Superior espera
E a humilhação que age
Me enchendo de manias
Que preenchem meu orgulho
Mas não servem pra apagar a dor
O que sou, eu mostro
A superfície e nela
o profundo
E la, e aqui
Sempre
Eu quero muito viver.
Nossa. O que é essa coisa de olhar pra trás né PJ?? Se arrepender das oportunidades perdidas, às vezes é sufocante. Mas ao mesmo tempo, saber-se doar. Ser refém do amor, pode parecer bem mais desgastoso e conflitante.
ResponderExcluirPoema lindo. Adoro sua subjetividade.