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terça-feira, 17 de março de 2009

Paz de Sangue

Estou aqui no meio desse monte de bagunça
Esta bagunça que é o mundo
E dentro de mim o vazio
Que é você, nós

Nós não existe, é vazio
Isso pesa
Sangra, mata, destrói

Os nós da minha garganta
feitos por palavras suas que eu imaginei
mas não queria ouvir
Não ouvi, mas imaginei e já foi o bastante

Pra um mar de lágrimas
que derramei em segredo
no meu travesseiro cheio de sangue imaginário
De meu suicídio utópico
E você não nunca chegou a saber
Talvez nunca saberá

O mundo gira
e pra mim cai
Agora que penso em você
pois, infelizmente, pensei em te esquecer

As roupas dobradas no guarda-roupa
Sugerem companhia
Mas minha mente ignora os fatos
E junto de todos me sinto sozinho e isolado

Todos aqueles beijos que imaginei
Talvez não os tivesse criado
misticismo
Mas talvez se realizassem

Nos sonhos
Numa terra quente e fria
Nós calor e frio nunca nos encontramos
Será assim?

As folhas amassadas em algum canto da esperança
Dão origem à real imagem de cartas
Escritas e que amassei
Pois esperança assim é um martírio.

O ódio e a ilusão
Nunca se encontram
Mas meu ódio a mim
por minha ilusão de você...
E músicas esquecidas
Que me fazem lembrar o que eu tinha esquecido
Você, que realmente nunca consegui esquecer

O real não existe pra mim
Acredite, é nisso que eu penso
Podia ser verdade
Mas o real é pior que a ilusão
Quero viver meus sonhos
Mas a realidade me segura e prende
Eu podia não existir.

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