No primeiro encontro já é certeza
que ambos se querem de verdade
Não é deixado espaço para dúvidas
Encontro casual se torna momento importante
Algo a ser lembrado para todo o sempre
O começo de algo real e impressionante
Amante olha nos olhos do amado
Olhos brilhando como um rio
E o beija com doçura nunca antes vista
Mas infelizmente a mim isso está vetado
Impactado e atado fico pela verdade dos fatos
Não existe ponte que me ligue daqui até lá
Não há espaço para meus sonhos na história
Nem mitigação para meus medos supérfluos
Que se deixam tornar realidade constantemente
Percebi e neguei e evitei e ignorei mas finalmente
aceitei a verdade que nunca me abandonou
de que meu amor é na verdade uma maldição
Não quisto e mais que isso negado, renegado
Evitado, ignorado, por todos a quem tenho
a audácia de amar. E como amo de fato!
A importância que pode de meu coração despejar
só se iguala à minha irrelevância fatal
para aqueles a quem meu coração quer se destinar
Mais do que não-quisto, excessivamente esnobado
Meu amor causa repulsa e ira, tal é meu fardo,
ser por mim amado é motivo de vergonha e asco
Tenho que me esconder nas trevas de dor escarlate
para não incomodar àqueles que tanto me importam
Essa é a natureza da manifestação que meu amor tem
Ser amado de volta é, para mim, o mais distante sonho
Está além de toda força, atrás de cortinas de rejeição
Se esconde por detrás de toda essa minha negação
Preciso aceitar a verdade que tanto me foge à compreensão
De que nunca será recíproco como tanto eu supliquei
e que sempre será impossível me ver ter felicidade
Então escondo meu amor, no processo me camuflando
Minha maldição permanece em segredo, me provocando
E eu permaneço aqui em medo, sozinho, me perdendo.
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